530.

Auto da Lusitânia

Entra Todo o Mundo, rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo após, um homem, vestido como pobre. Este se chama Ninguém e diz:

Ninguém: Que andas tu aí buscando?
Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar:
                           delas não posso achar, 
                           porém ando porfiando
                           por quão bom é porfiar. 
Ninguém: Como hás nome, cavaleiro?
Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo
                            e meu tempo todo inteiro
                            sempre é buscar dinheiro
                            e sempre nisto me fundo.
Ninguém: Eu hei nome Ninguém,
                   e busco a consciência.
Belzebu: Esta é boa experiência:
                Dinato, escreve isto bem.
Dinato: Que escreverei, companheiro? 
Belzebu: Que Ninguém busca consciência.
                 e Todo o Mundo dinheiro.
Gil Vicente

529.

The Return

"Earth can not count the sons she bore:
the wounded lynx, the wounded man
Come trailing blood unto her door;
She shelters them as best she can"
Vincent Millay

528.

"Se o governo comprar um circo, o anão começa a crescer" 
Antônio Delfim Netto

527.

“Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida. ..... Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!"
Augusto Boal