68.

“Joga-se, pois, no bicho, mas diz-se que se está apenas fazendo uma inocente e religiosa “fezinha”. Perde-se dinheiro, mas acentua-se o infalível palpite. Do mesmo modo que, no Brasil, diz-se que não há preconceito racial, mas ninguém quer que a filha se case com um negro; no jogo do bicho, joga-se pesadamente, afirmando-se porém que não se trata de um jogo, mas de realização de palpite ou de caçada simbólica de algum bicho favorito.”
Roberto DaMatta e Elena Soárez, Águias, Burros e Borboletas

p.109

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