Entre as Horas
Um sino badala na noite molhadaos insones ruminama incerteza do dia.Seus passos ressoamcatástrofe que o mármorelevanta em luz fria.Abrem tomos ante os olhos aflitose roém o pão das horas sem denteseles não pára foradesferem arrancam seu vôo de dentro.Corpo de sombras encobreabaixo das patas do breuinstantes contados do realaté sua palidezcair sob o punho do solquando arrastam a cauda réptila um leito de mudez.Um sino badala e enche o ar de gemidosque os pássaros recolheme fiam trinos.Sob a lâmina vertical do meio-diaa terra nova ralao fumo e o limo da madrugadaabre o poroso dos ossoso que teme o pactoentre mundo e criatura.Um fungo brotana escuridão do sol a pino.
Carlos Tamm, Osso e Vento
p.28-29
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