"Quero rever-te, pátria minha, e paraRever-te me esqueci de tudoFui cego, estropiado, surdo, mudoVi minha humilde morte cara a caraRasguei poemas, mulheres, horizontesFiquei simples, sem fontes.Pátria minha...A minha pátria não é florão, nem ostentaLábaro não: a minha pátria é desolaçãoDe caminhos, a minha pátria é terra sedentaE praia branca; a minha pátria é o grande rio secularQue bebe nuvem, come terraE urina mar.Mais do que a mais garrida a minha pátria temUma quantura, um querer bemUm libertas quae sera tamenQue um dia traduzi num exame escrito:'Liberta que serás também'E repito!"
Vinicius de Moraes, fragmento do poema 'Pátria minha'
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