450.

"O rosto de Caetano, cantando no festival da TV Record, é menos o rosto de um indivíduo específico do que a expressão nascente de uma época. Vê-lo é recordar os Beatles, o Maio Francês ainda por vir, as lutas pelos direitos civis nos Estados Unidos, as minissaisas, Andy Warhol, a Primavera de Praga, as manifestações estudantis contra a ditadura no Brasil e na Argentina, a resistência armada, a repressão, a tortura, o terrorismo de Estado. Tudo está ali, potencialmente, contido nesses gestos. 'Por que não' sintetiza a tentativa de um grupo de artistas, escritores e cineastas de situar a cultura brasileira em um contexto mundial, com relação às mudanças revolucionárias de fim dos anos 60. É a tentativa de buscar o lugar do Brasil nesse mundo, de devolver o mundo ao Brasil e o Brasil ao mundo..."
Carlos Basualdo, Tropicália, Uma Revolução na Cultura Brasileira
p.14  

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