Mostrando postagens com marcador Anacreonte. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Anacreonte. Mostrar todas as postagens

385.

"Um velho, quando está dançando,
Só tem de velhos os cabelos,
Pois que, na mente, um jovem é."
Anacreonte, ANAKPEONTOS WDDI [Odes de Anacreonte], fragmento do poema 'O Velho que Dança', traduzido por Almeida Cousin
p.129

331.

O Amor Venal

O não amar é duro;
Amar, duro também!
Porém mais duro é amar
E não gozar seu bem.
Há amor que esquece estirpe,
Avós, saber, virtudes,
Somente enxerga a prata
E muda as atitudes.
Maldito, o que primeiro
A prata amou demais!.
Através dela irmãos
Não existem, nem pais!
Batem-se homens com outros,
Matam-se, estertorantes...
Mas há pior: morrermos,
Por isso, nós, amantes!
Anacreonte, ANAKPEONTOS WDDI [Odes de Anacreonte], traduzido por Almeida Cousin
p.127 

307.

Antes Ébrio!

"Enquanto Baco me possui
Os meus desgostos domem, sós
Mais rico julgo-me que os Cresos
E desafio em canto e voz:
Deitado e de heras coroado,
Desprezo a todo o desprazer.
Quem lá quiser que se arme de ódio
Porque eu prefiro é bem beber!...
Traz-me uma taça, ó moço escravo
Que, certamente, há mais conforto
E é bem melhor se estar deitado
Por estar ébrio do que morto!"
Anacreonte, ANAKPEONTOS WDDI [Odes de Anacreonte], traduzido por Almeida Cousin.
p.75

294.

"Vindo de vós, nada me afeta:
Jamais a vós me renderei
Nem me fareis triste nem fraco.
Antes que eu chegue à grande meta,
Rirei brincando e dançarei!
Aos pés do belo e moço Baco!"
Anacreonte, ANAKPEONTOS WDDI [Odes de Anacreonte], do poema Longe, Desgostos! traduzido por Almeida Cousin.
p.69

285.

Do Amor às Riquezas

"Se o ouro e riqueza, por um dia, 
Pudesse a vida prolongar,
Por certo que o ouro eu cavaria
Para que, vindo, a Morte fria
Tomasse a oferta em meu lugar.
Mas, se comprar, mesmo um momento
De vida nega-se aos mortais,
Por que, bradando em vão lamento,
Soltar, precoces, os meus ais?!
Morte e marcada por destino,
Que ajuda ouro em casos tais?
Eu quero é, pois, beber somente
E, ebrifestivo, alegremente
Entre os amigos me encontrar
E, enfim, num leito, molemente
Um culto a Vênus* tributar."
Anacreonte, ANAKPEONTOS WDDI [Odes de Anacreonte], traduzido por Almeida Cousin
p.69

256.

Febre de Amor

"Dai-me, pois, dai-me, ó mulheres,
Vinho que eu beba a meu contento!
Porque já estou preso de ardores
E ardo em febre e me lamento!
Dai-me flores, pois que as flores
Da coroa em que me cubro,
Minha fronte, em seus ardores
Já desseca!...Ardo intranquilo.
Contra a chama dos amores
Como, ao coração, cobri-lo? !"
AnacreonteANAKPEONTOS WDDI [Odes de Anacreonte], traduzido por Almeida Cousin
p.65

236.

"...Eros se abate
Em mim, como uma flecha, 
No coração e alma
As forças me abandonam.
Perdi da luta a palma
Que hei de fazer, por fim?
Que vale escudo agora,
Quando o combate é em mim? !"
AnacreonteANAKPEONTOS WDDI [Odes de Anacreonte], do poema Vitórias de Eros, traduzido por Almeida Cousin
p.51

202.

Esforço de Amar

"Com um ramo de jacinto
Eros de pés bonitos
Batendo-me, malvado,
Mandou-me que o seguisse.
Corro e, sem ar, cansado,
Passo veredas, fragas,
Bordos de ribanceira.
Brota-me o suor em bagas,
Arquejo de canseira.
Eros o esforço vê
E, de asas a vibrar:
- Fraco! - me diz - pois que
Nem és capaz de amar!
AnacreonteANAKPEONTOS WDDI [Odes de Anacreonte], traduzido por Almeida Cousin
p.35

179.

Sobre as Mulheres

"Aos touros natureza
Deu cornos; aos cavalos
Deu cascos; ligeireza
De pés à lebre; ao leão
A caverna dos dentes;
Aos peixes, nataçao;
Às aves, o abrir asas;
Prudência, aos homens. (Não
Sobrou para as mulheres.)
Que dar-lhes, natureza?
Beleza - contra tudo -
Que enfrenta lança e escudo
E vence ferro e fogo,
Enquanto for beleza!"
AnacreonteANAKPEONTOS WDDI [Odes de Anacreonte], traduzido por Almeida Cousin
p.23