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482.

"Conheci poucos lugares onde
reinasse assim o esplendor do incomum.
Cada mesa tão diferente da outra:
um pintor rústico que faz dos dedos
pincéis, dos namorados que já saíram,
com a pressa física do amor,
o velho reformado que lê pela décima vez
o jornal da véspera - ou ainda o que
resgistrará envergonhado esses versos.
Desiguais abismos, maneiras de se
estar só, encontram aqui um abrigo
temporário, senão a própria rasura do tempo."
Manuel de Freitas, no poema Café Santa Cruz
Piauí Ed. 22

480.

"Nunca mais acreditei no sexo
sem amor, no amor sem sexo,
na ginásticas sentimentais mais praticadas.

Era nossa, para sempre a república da morte."
Manuel de Freitas, no poema Quebra Costas
Piauí Ed.22

474.

"Saía barato, o amor. Por não sabermos,
ainda, que teríamos de o pagar a vida inteira
com juros aziagos e versos de demora."
Manuel de Freitas, poema Rua de Montarroio
Piauí Ed. 22

467.

"Não sei de que fugíamos.
Dizer que era da vida, parecia
demasiado lírico, demasiado verdadeiro
- e a vida raramente aproveita a um poema."
Manuel de Freitas, Rua de Montarroio
Piauí, edição 22