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488.

"O primeiro mérito de uma teoria crítica exata é fazer parecerem ridículas, de imediato, todas as demais. (...) Além disso, uma teoria concebida com a finalidade de se tornar geral deve evitar aparecer como visivelmente falsa; logo, não se deve expor ao risco de ser desmentida pela sequência dos fatos. Mas também é preciso que ela seja uma teoria perfeitamente inadmissível. Que ela possa declarar mau, diante da estupefação indignada de todos que o acham bom, o próprio âmago do mundo existente, do qual ela descobriu a natureza exata."
Guy Debord, A sociedade do Espetáculo

419.

"As idéias melhoram. O sentido das palavras entram em jogo. O plágio é necessário. O progresso supõe o plágio. Ele se achega à frase de um autor, serve-se de suas expressões, apaga uma idéia errônea, a substitui pela idéia correta."
Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 207
p.134

413.

"Assim como não se aprecia o valor de um homem segundo a idéia que ele tem de si próprio, não se pode apreciar - e admirar - uma sociedade qualquer tomando como indiscutivelmente verídica a linguagem que ela usa consigo mesma."
Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 202
p.131

407.

"Nos bombardeios publicitários restantes, é nitidamente proibido envelhecer."
Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo, tese 160
p.109

388.

"O tempo que tem sua base na produção das mercadorias é ele próprio uma mercadoria consumível."
Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 151
p.104

383.

"O tempo da produção, o tempo-mercadoria, é uma acumulação infinita de intervalos equivalentes."
Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 147
p.103

378.

"a classe que organiza esse trabalho social e se apropria da limitada mais-valia desse trabalho, apropria-se também da mais-valia temporal de sua organização do tempo social: ela possui só para si o tempo irreversível do ser vivo."
Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 128
p.89

372.

"A organização revolucionária só pode ser a crítica unitária da sociedade, isto é, uma crítica que não pactua com nenhuma forma de poder sagrado, em nenhum ponto do mundo, e uma crítica formulada globalmente contra todos os aspectos da vida social alienada... a organização revolucionária não pode reproduzir em si as condições de cisão e de hierarquia que são as da sociedade dominante."
Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 121
p.85

365.

"O proletariado dos países industriais... não foi suprimido. Permaneceu irredutivelmente existente na alienação intensificada do capitalismo moderno: ele é a imensa maioria de trabalhadores que perderam todo poder sobre o uso de sua própria vida, e que, assim que tomam conhecimento disso, se redefinem como proletariado, o negativo em ação nessa sociedade."

Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo, tese 114

p.81

360.

"A mentira que não é desmentida torna-se loucura. A realidade tanto quanto o objeto são dissolvidos na proclamação ideológica totalitária: tudo o que ela diz é o que é."
Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 105
p.72

342.

"Mas o próprio sucesso de uma burocracia no seu projeto fundamental de industrialização contém necessariamente a perspectiva de seu fracasso histórico; ao acumular capital, ela acumula proletariado, e cria seu próprio desmentido, num país em que ele ainda não existia."
Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo, tese 113
p.80-81

338.

"Por isso, o stalinismo voltará sua verdade na incoerência. Nesse momento, a ideologia já não é uma arma, mas um fim."
Guy Debord, em A Sociedade do espetáculo, tese 105
p.72

333.

"...a burguesia é a única classe revolucionária que sempre venceu; ao mesmo tempo, é a única para quem o desenvolvimento da economia foi causa e consequência de seu domínio sobre a sociedade..."
Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 87
p.57


323.

"O que obriga os produtores a participarem da construção do mundo é também o que os afasta dela. O que põe em contato os homens liberados de suas limitações locais e nacionais é também o que os separa. O que obriga ao aprofundamento do racional é também o que alimenta o irracional da exploração hierárquica e da repressão. O que constitui o poder abstrato da sociedade constitui sua não liberdade concreta."
Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo, tese 72
p.47

320.

"O que o espetáculo oferece como perpétuo é fundado na mudança, e deve mudar com sua base. O espetáculo é absolutamente dogmático e, ao mesmo tempo, não pode chegar a nenhum dogma sólido. Para ele, nada pára; este é seu estado natural e, no entanto, o mais contrário à sua propensão."
Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo, tese 71
p.47

317.

"Cada nova mentira da publicidade é também a confissão da mentira anterior."
Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo, tese 70
p.47

311.

"A satisfação que a mercadoria abundante já não pode dar no uso começa a ser procurada no reconhecimento de seu valor como mercadoria: é o uso da mercadoria bastando a si mesmo; para o consumidor, é a efusão religiosa diante da liberdade soberana da mercadoria. Ondas de entusiasmo por determinado produto, apoiado e lançado por todos os meios de comunicação, propagam-se com grande rapidez... O único uso que se expressa aqui é o uso fundamental da submissão."
Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo, tese67
p.44-45

308.

"Logo, a satisfação, já problemática, que é considerada como pertencente ao consumo do conjunto é desde logo falsificada pelo fato de o consumidor real só poder tocar diretamente numa sequência de fragmentos dessa felicidade mercantil; a qualidade atribuída ao conjunto está forçosamente ausente desses fragmentos."
Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo, tese 65
p.44

287.

"Conforme as necessidades do estágio particular da miséria que o espetáculo nega e mantém, ele existe sob forma concentrada ou sob forma difusa. Em ambos os casos, ele não passa de uma imagem de unificação feliz cercada de desolação e pavor; ocupa o centro tranquilo da desgraça."
Guy Debord, em A Sociedade do Espetáculo, tese 63
p.42

275.

"A vedete do consumo, embora represente exteriormente diferentes tipos de personalidade, mostra cada um desses tipos como se tivesse total acesso à totalidade do consumo, e também como capaz de encontrar a felicidade nesse consumo."
Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo, tese 61
p.41